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Comunicação Familiar – Driblando inconvenientes.
A atual geração nascida após os anos 2000 não conhece o mundo sem o uso da internet,
smartphone e sem a relação virtual que estabelece com o outro.
Neste contexto vemos poucos investimentos na preparação e educação das crianças e
adolescentes pela família para o uso correto destes recursos que estão a todo momento
diante de olhos ávidos por novidades e acessíveis para a grande maioria.
O que vemos circular socialmente é que a internet invadiu as casas e escolas e se tornou ao
mesmo tempo sinônimo de progresso, lugar onde se encontram as mais diversas informações
e onde também se correm os maiores perigos, além de provocar o afastamento do convívio
social e familiar.
Gostaríamos de ajudar na reflexão esclarecendo que o uso da internet deixou a muito de ser
uma opção e hoje é quase uma necessidade. Lembro-me bem que até a década de 90 as
discussões se davam em relação ao acesso a comunicação através da televisão que foi
chamada de “babá eletrônica” por muitos especialistas.
A internet hoje além de oferecer informações como a televisão abre a possibilidade para a
interação e diante disto possibilita e requer um novo olhar para seu uso.
A orientação para seu uso correto deve ser precedida pela orientação para uma convivência
saudável em sociedade e para os riscos e perigos que existem no mundo real.
Se os pais orientam para que seus filhos não conversem com estranhos em lugares públicos,
devem orientar também para que não o façam virtualmente. Se orientam para não colocar
apelidos, ofender e mentir para aqueles com quem convivem no dia a dia também não podem
fazê- lo através de mensagens ou redes de relacionamento. Se estabelecem horário para
diversão e estudo, devem fazê-lo também com o horário de uso da internet, chamo de
internet em função dos diversos tipos de acesso, computador, tablete, smartphone.
O principio de respeito e a colocação de limites é o mesmo. O que temos visto de diferente é
que muitas vezes para que a criança ou adolescente fique ocupado, alguns pais tem ignorado e
flexibilizado o tempo de uso da internet, que deve ser de no máximo uma horas por dia ou
apenas liberado nos finais de semana, sem ultrapassar esse limite.
Esta é uma preocupação bem maior porque trás em seu contexto a fragilidade na formação
do caráter do individuo, o afastamento do mundo real, o distanciamento entre os membros
da própria família. Fortalecendo o individualismo, o egoísmo e a dificuldade em assumir seu
papel e sua responsabilidade na família e no meio social real ao qual está inserido.
Percebo em algumas situações a busca de alguns para o que costumo definir com a “teoria do
avestruz”, onde se justifica o ato dizendo que em casa não tem computador ou que o horário
de uso é inteiramente acompanhado pelo responsável.
Uma das características mais marcantes da adolescência é o ímpeto para a transgressão e para
o imediatismo sem pensar nas consequências e em quem vai assumi-las. As famílias não
podem se eximir de deixar claro que desde crianças, seus filhos devem arcar com as
consequências de seus atos por mais que queiramos protegê-los e cabe a eles, pai e mãe,
estabelecerem as regras, que podem sim ser discutidas com os filhos, mas não decididas por
eles.
A orientação neste momento advém de algumas atitudes necessárias:
? Conhecer, se informar e acompanhar a evolução tecnológica. Ela é irreversível e
chegará a nossa casa e para nossos filhos independente de nossas escolhas.
? Estabelecer o dia da semana, horário e compartilhamento do uso da internet,
favorecendo que todos estejam juntos em um mesmo espaço para conversar, contar
sobre o dia a dia, demonstrar preocupação uns com os outros. Não é possível imaginar
que os filhos estejam, manuseando seus tabletes e smartphones durante as refeições,
na presença de visitas e após um horário noturno limite. E quem decide isso são os
responsáveis pela criança e pelo adolescente e não o contrário.
? Deixar claro, ou seja, dizer de forma que todos entendam e cotidianamente com
perseverança que não aceitam excessos, não querem e não admitem que o mundo
virtual, jogos e redes sociais substituam a presença, o afeto, a colaboração, tão
necessários para o desenvolvimento do individuo enquanto pessoa humana.
Sendo assim conversem em família sobre os termos de uso das redes sociais, o cuidado com a
exposição de fotos e dados pessoais e também sobre o ataque ao outro usando deste recurso.
Conversem sobre o cyberbullying - Também chamado de bullying virtual, se caracteriza pelo
uso de meios tecnológicos para ofender, denegrir, acusar, maltratar e mentir com a falsa ilusão
do anonimato e a covardia para agredir sem a responsabilidade pelo ato em si - não será
aceito em hipótese alguma e se descoberto terá as mesmas punições da vida real. Alertem
para o fato de que não ser o autor, mas compartilhar com “curtir” ou risadinhas em posts de
amigos faz dele um cúmplice com a mesma responsabilidade.
Sugiro que não esperem para conversar sobre o uso adequado dos recursos tecnológicos após
um incidente ou após ter a comunicação interrompida. Provoquem o assunto, leiam juntos
reportagens que tragam exemplos reais, discutam possibilidades com as quais seus filhos
podem se deparar e escutem exemplos que eles podem trazer da escola ou do grupo de
amigos refletindo sobre o que vocês acham adequado ou não.
Amar seus filhos de forma incondicional não permite abandoná-los aos próprios prazeres e
desculpá-los por um comportamento deles que pode levá-los a adoecer ou até mesmo
provocar um afastamento da família. Fácil? De jeito nenhum. Requer paciência, constância e
firmeza, mas valerá a pena quando o clima em casa for de alegria, abraços e de valores
humanos sólidos.
Evelyn Rocha
Pedagoga e Fonoaudióloga.
Especialista em Psicopedagogia, Avaliação e Planejamento Educacional.
MBA em Gestão de Instituições Educacionais.
Mestre em Educação – PUC- GO
Palestrante nas áreas de Comunicação, Educação e Família.
Contato:
WhatsApp (62) 99230-1852
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